Cresci em Santiago, a capital do Chile, em um bairro onde drogas, gangues e crimes eram comuns. Quando eu tinha 5 anos, meu pai foi assassinado. Daí, minha mãe passou a viver com um homem cruel, que sempre batia em nós. Isso me deixou muito traumatizado.

Enquanto crescia, influências negativas me tornaram extremamente violento. Eu ouvia heavy metal, bebia demais e às vezes usava drogas. Eu sempre me envolvia em brigas de rua com traficantes, que várias vezes tentaram me matar. Um dia, uma gangue rival contratou um assassino para me matar, mas consegui escapar com apenas uma facada. Em outra ocasião, traficantes colocaram uma pistola na minha cabeça e depois tentaram me enforcar.

Em 1996, me apaixonei por Carolina, e nos casamos em 1998. Depois que nosso primeiro filho nasceu, fiquei apavorado ao perceber que, por causa do meu gênio, eu poderia acabar maltratando minha família como meu padrasto fazia. Então, procurei um centro de reabilitação. Recebi tratamento médico e fiz terapia, mas de nada adiantou. Qualquer coisinha me deixava enfurecido; eu estava fora de controle. Para deixar de machucar minha família, pensei em cometer suicídio. Ainda bem que não deu certo.

Fui ateu por muitos anos, mas queria acreditar em Deus. Assim, comecei a frequentar uma religião evangélica. Enquanto isso, minha esposa estudava com as Testemunhas de Jeová. Eu as odiava e muitas vezes gritei com elas usando palavras obscenas. Mas, para minha surpresa, elas sempre eram pacíficas.

Um dia, Carolina me pediu para ler o Salmo 83:18 em minha própria Bíblia, pois ali mostra claramente que o nome de Deus é Jeová. Fiquei surpreso ao perceber que minha religião tinha me ensinado sobre um deus, mas não  sobre Jeová. No início do ano 2000, comecei a estudar a Bíblia com as Testemunhas de Jeová.

Eu me senti consolado ao saber que Jeová é um Deus que tem compaixão e é perdoador. Por exemplo, em Êxodo 34:6, 7, a Bíblia diz que Jeová é um “Deus misericordioso e clemente, vagaroso em irar-se e abundante em benevolência e em verdade, preservando a benevolência para com milhares, perdoando o erro, e a transgressão, e o pecado”.

Mesmo assim, não foi fácil colocar em prática o que eu aprendia. Eu tinha certeza de que nunca conseguiria controlar meu gênio. Cada vez que eu falhava, Carolina me encorajava de modo amoroso. Ela me lembrava que Jeová sabia dos meus esforços. O apoio dela me fortaleceu para continuar tentando agradar a Jeová, mesmo que às vezes eu me sentisse uma causa perdida.

Um dia, meu instrutor, Alejandro, me pediu para ler Gálatas 5:22, 23. Ali diz que o fruto do espírito de Deus é “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio”. Alejandro explicou que, para desenvolver essas qualidades, eu dependia do espírito santo de Deus, e não das minhas próprias forças. Isso mudou completamente meu modo de pensar.

Mais tarde, assisti a um congresso das Testemunhas de Jeová. A ordem, a limpeza e o companheirismo que vi ali me convenceram de que eu tinha encontrado a religião verdadeira. (João 13:34, 35) Fui batizado em fevereiro de 2001.

Jeová me transformou num homem pacífico. É como se ele me tirasse da lama em que eu estava. Muitas pessoas me odiavam, e eu não as culpo por isso. Mas agora me sinto feliz em servir a Jeová em paz junto com minha esposa e dois filhos.

Meus parentes e ex-amigos ficaram impressionados ao ver o quanto eu mudei. Muitos deles estão mostrando interesse em aprender a verdade da Bíblia. Além disso, tive o privilégio de ajudar outros a conhecer a Jeová. É um prazer ver a Bíblia transformar a vida das pessoas assim como fez comigo.